A idéia

Em meados de 2010 eu estava lendo o livro A Hora das Bruxas da autora Anne Rice e a idéia de construir um conto envolvendo uma mulher e um espírito me enlaçou de maneira arrebatadora. Não pude resistir a ela, tampouco me podei da influencia literária na qual eu estava submergida na época.
Ainda assim faltava-me um fio condutor que diferenciasse a minha história daquela que eu acompanhava. Este fio veio à tona quando fui convidada para participar de uma antologia de contos cujo tema fora estipulado pelo organizador. Era o que eu precisava para desenvolver a minha narrativa colocando em cena os personagens que eu tinha vontade de maneira distinta, de modo que os leitores não pudessem relacionar o meu conto com a história de Anne Rice.
Todavia, ressalto que o autor que não admite ter influências literárias, jamais será um grande autor. Todos sabem que para escrever bem é preciso ler muito. Da mesma forma que Anne Rice não esconde a sua admiração por Charles Dickens, não vejo razões para ocultar a minha fonte de inspiração.
Então eu tracei o perfil de Manoela Montessales. Uma mulher nascida em Portugal em 1540 que levava uma vida tranqüila até conhecer o espírito desencarnado Antony.
Fiz uma extensa pesquisa sobre o período da inquisição portuguesa e coletei as informações e os elementos necessários para a composição do meu conto.
Depois de pronto, tive um leitor beta muito atencioso. O escritor Tarsis Tindarsam, autor de Histórias de Monstros e Diabruras gentilmente leu O Segredo de Manoela e me presenteou com suas críticas valiosas. Após alguns ajustes, o conto foi enviado para o organizador da antologia e algum tempo depois eu soube que ele fora selecionado, porém, por motivos alheios, a antologia não foi publicada.
Depois disso, passei a imaginar os descendentes de Manoela e a pensar como seria a intervenção de Antony no decorrer das gerações. Em minha mente idéias mirabolantes de aventuras e de conflitos me perseguiam, invadiam meus sonhos nos quais eu vislumbrava os diálogos das personagens envolvidas em todo tipo de infortúnio por causa da entidade.
Fiz a árvore genealógica dos Montessales, tracei o perfil de quarenta e dois personagens e dei início a uma série de contos, cuja intenção inicial era escrever apenas histórias avulsas que o leitor pudesse acompanhar em qualquer ordem diferentemente de uma novela.
Entusiasmada com a premissa, divulguei no Red Rose – o meu blog de contos – a seguinte informação:

A Linhagem Montessales – Introdução
Manoela Montessales nasceu em Portugal em 1540 dando inicio a uma poderosa linhagem de bruxos e bruxas.
A árvore genealógica desta família abrange o período da Inquisição Portuguesa que se estende até o ano de 1821. Até esta data, quarenta e dois descendentes constituem a estirpe.
Um espírito desencarnado chamado Antony, foi pela primeira vez evocado por Manoela tornando-se seu guia e conselheiro. Desde então, jamais se desligou de sua bruxa enraizando-se em meio aos Montessales e acompanhando - mesmo que contra a vontade de muitos - as seguintes gerações.
Compartilhando os segredos do ocultismo e orientando suas bruxas e bruxos na preparação de poções a base de ervas para curar todos os males, Antony muitas vezes os coloca em tremendas enrascadas, mas com a sua habilidade de possuir corpos e atuar com a desenvoltura de um ator profissional, consegue livrá-los dos problemas e conquistar sua confiança.
Porém, Antony é implacável com os que se negam a aceitá-lo ou com os que de alguma forma interfiram em seus planos. Qualquer empecilho que esteja em seu caminho, por menor que seja, é varrido para longe de formas cruéis, desumanas e degradantes.
Nenhum Montessales ousa desobedecê-lo e quando isso acontece, pagam caro por seus atos.
A saga será dividida em vários contos com estórias diferentes envolvendo os Montessales. Os perfis dos quarenta e dois personagens que preenchem o período de 1540 à 1821 já estão traçados e loucos para entrar em cena.
Cada conto terá um enredo completo com começo, meio e fim. Portanto não será necessária a leitura de todos os textos em seqüência para que as narrativas façam sentido.
Nem todos os fatos e nomes que envolvem a história da inquisição serão verídicos, porém uma extensa pesquisa a respeito será realizada para que eu possa relatar os costumes da época com a maior fidelidade que eu puder.
Dedico a todos vocês este novo planejamento literário torcendo para que gostem e comentem.

Além de O Segredo de Manoela, mais três contos surgiram até que fui assaltada por outra idéia ousada e diferente. E esta idéia se transformou no livro O Castelo Montessales. Ela era tão intensa e tão fervilhante em mim que passei a escrever oito horas todos os dias. Eu já tinha o roteiro preparado na cabeça. Já sabia o começo, o meio e o fim da trama. Uma sensação totalmente nova, visto que nunca antes eu havia escrito algo com roteiro pronto.
Aqui no universo Montessales, você encontrará os contos aos quais me refiro e também informações sobre o livro.
Boa viagem!

3 comentários:

  1. Nossa! Que maravilhoso dom é o da escrita, não é mesmo?
    Poder transformar as idéias em ações e levar um monte de leitores numa viagem com você. Isso nunca vai deixar de me fascinar e surpreender...
    Parabéns pelo seu trabalho, beijos

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  2. Obrigada pelo elogio sobre o meu bloguinho e boa sorte com seus contos!!

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  3. Susy, to divulgando no blog segue link:

    http://amagiareal.blogspot.com/2012/01/sugestoes-literarias.html

    Beijokas elis

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